10 junho, 2006

Você tem que vir ao "Nous" como quem vai à academia pra malhar ou à pizzaria: religiosamente

Título em tanto, não? Mas então companheiros "noéticos", parece que todos estão de férias. Mas bem sei que todos estão é trabalhando, e muito. Havendo a possibilidade de ser eu o mais ocioso dentre os amigos do Nous, saltarei à frente do Andrei, como um assaltante de caravanas do deserto, e colocarei a vocês alguma coisa sobre a etimologia do nome "Nous".
Os gregos usavam a palavra nous de diversas maneiras. Como sendo a faculdade de pensar, inteligência, espírito, e na Odisséia (VI, 320) ela assume o significado de sabedoria (já pensaram se a nossa disciplina se chamasse filonous? Chique, não?). Também eles usavam como pensamento objetivo ou como entidade que rege todos os processos do universo. Para Aristóteles o Nous era a parte superior da alma. Posteriormente os latinos a traduziram por Intellectus. Porém, caso o nosso blog levasse esse nome, vejam que certa soberba exalaria daí. Não quero dizer com isso, por vias transversas, que os gregos cultivavam a elegância e a economia dos seus hábitos até (e sobretudo) na linguagem (o que bem pode ser admitido), e os romanos a exuberância e o fulgor. A verdade é que este Nous é clean, indefectível.
Ainda para Plotino (neoplatônico), o nous é a segunda hipóstase, emanada do Uno e emanadora da alma do mundo. Para ele o nous era o ato primeiro do Bem: ele o considerava como o centro do círculo. Também os neopitagóricos consideravam o nous a unidade das idéias.
Eis, então, que temos um turbilhão de princípios implícitos na alma desta palavra. Isto é quase o sagrado, o númeno.
Diante de tanta grandeza, vocês, queridos amigos noéticos, não se sentem absolutamente inclinados a começar, imediatamente, a compor o rico mosaico de idéias em que se constituirá o Nous, tão-só pela riqueza contida nas suas próprias idéias?
Mãos a obra!

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